Somos Servos Inúteis - John Piper

Nos ensinamentos de Jesus, há uma íntima relação entre a humildade e a condição de servo. Ser humilde é ser servo. Eles não são a mesma coisa, porém a humildade produz a disposição para serviços insignificantes com alegria no coração. O discípulo deixa de ser pobre de espírito e passa a confiar na graça de Deus como uma criança. Desenvolve um coração de servo e deseja servir aos outros.

A primeira das conhecidas bem-aventuranças de Jesus é: "Bem-aventurados os pobres em espírito" (Mateus 5.3). Isto é, bem-aventurados são os que não encontram motivo para mérito ou elogio quando olham para dentro de si. São o oposto daqueles que "confiavam em sua própria justiça" (Lucas 18.9). Eles sabem que nada têm em si que mereça o elogio de Deus.

Os humildes assumem com alegria o lugar dos servos inúteis descritos por Jesus em Lucas 17.10: "Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: 'Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever' ". Que declaração profunda — e devastadora para o orgulho até o último vestígio! Jesus diz que nenhum ato de obediência, do pior ao melhor, merece reivindicar o elogio de Deus. A pessoa perfeitamente obediente deve dizer: "Sou um servo inútil".

Isso deve fazer parte de sua obediência. É como dizer a Deus: "Não coloco sobre teus ombros nenhum dever de recompensar-me". Essa convicção é a raiz da humildade: não merecemos nenhuma recompensa de Deus.

Explicando de maneira mais positiva o exemplo do humilde publicano, a única coisa boa que podemos exigir de Deus é sua mi¬sericórdia, mesmo assim ela é imerecida: "Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador" (Lucas 18.13). "Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus" (v. 14). A alegria do humilde não está em ser merecedor de alguma coisa, mas em receber misericórdia.

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